O profissional do futuro

As soft skills, características comportamentais de personalidade que potencializam o conhecimento “técnico” principalmente no que tange ao tão almejado pensar fora da caixinha, refletem uma tendência do futuro do trabalho. Nesse contexto, a colaboração é a skill mais valorizada pelos RHs das grandes empresas, seguida pela habilidade de comunicação e resiliência. Mas os altos salários e pacotes de benefícios já não são suficientes para esses profissionais. Eles querem mais. Querem um propósito que os encante e lhes dê sentido ao trabalho. 

Entender esse propósito é enxergar a sinergia entre os objetivos pessoais e os da organização – uma compreensão já percebida como fundamental na atração e retenção desses colaboradores.

Outro desafio para o RH é a estrutura organizacional sedimentada na ancestralidade hierárquica, formal e horizontal, comum nas grandes marcas, enquanto os profissionais colaborativos têm visto na cultura do coworking as condições ideias para se desenvolverem como profissionais e seres humanos.

O futuro do trabalho já não cabe nas baias nem se importa com ostensivos escritórios. 

Cultura de trabalho  

A culpa é da é da Quarta Revolução Industrial, ou a Revolução 4.0, que amparada pela tecnologia digital, redimensionou as relações entre empregado e empregador quando abriu possibilidades como o trabalho remoto. Não demorou para que esses profissionais percebessem que são colaboradores e não empregados, tudo mudou: o local de trabalho, a relação com o empregador, o dia a dia na empresa, formas de reconhecimento e remuneração, quais competências devem ser desenvolvidas, objetivos de carreira.

Do outro lado da mesa, as empresas se veem em um universo mercadológico que exige produtos e serviços inovadores para usuários cada vez mais exigentes e com mais opções de compra. A concorrência empresarial se multiplicou na forma de empreendimentos que agregam valores sócio-ambientais e startups comprometidas com a sustentabilidade. Não por coincidência, essas iniciativas apresentam uma filosofia de trabalho próxima ao do coworking estruturado em aspectos como a colaboração, a autonomia, a flexibilidade e a multidisciplinaridade.

 

“A Quarta Revolução Industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital” Klaus Schwab

 

As grandes marcas já perceberam que esses aspectos são estratégicos e não caprichos de profissionais de destaque no mercado. E que não há uma queda de braço entre patrão e empregado. O fato é que o ambiente de trabalho nas empresas se tornaram criativamente claustrofóbicos, avessos à inovação.

O futuro do trabalho

Dentre os desafios de atração e retenção, reinou o propósito, Mas o que significa propósito de vida, na prática, unindo os anseios pessoais e do empregador?

Há quase uma década a DUXcoworkers tem sua estrutura de trabalho baseado no coworking e no UX. Ao longo desse tempo, essa filosofia laborativa se consolidou a partir do desenvolvimento de processos ágeis que oferecem autonomia e flexibilidade aos colaboradores em um ambiente arejado pela diversidade e multidisciplinaridade. Porém, essa forma de trabalho exige atenção às mudanças sócio-econômicas, com reflexos nos hábitos de consumo que impactam a vida das pessoas. 

 

Os profissionais do futuro querem utilizar seu tempo para desempenhar atividades que estão alinhadas ao seu propósito de vida.

Os colaboradores devem ser vistos como usuários e tudo o que a empresa oferece no mercado, é o que deve praticar internamente, em uma consolidação das relações trabalhistas e comerciais pautadas pelo ganha-ganha. Todos devem se dar bem, se sentirem felizes e realizados, saírem no lucro. Se alguém ganhar muito mais que o outro é que algo no processo deve ser revisto. Se os produtos e serviços devem ter foco em seus consumidores, os processos devem se preocupar com os profissionais que deles participam. E para que esse ecossistema se mantenha consistente, ele deve ser permeável às mudanças.

Painel Itinerante

Entendendo esses desafios de identificação do propósito e de mapear os desejos das pessoas em relação ao mercado de trabalho, a DUXcoworkers desenvolveu um laboratório de pesquisa itinerante em forma de painel que, além de buscar a compreensão dos novos desejos sobre o mercado de trabalho, é um aliado das empresas no sentido da compreensão e adoção de políticas de atração e retenção de talentos conforme as características dos profissionais que têm sinergia com valores.

O Painel Itinerante traz seis aspectos relacionados ao que desejam as pessoas quanto à sua atividade laboral. E cada um desses aspectos trazem seis características relacionadas às soft skills detectadas como tendências para o futuro do trabalho.

 

O que significa propósito de vida, na prática, unindo os anseios pessoais e do empregador?

A seguir, você fica com aspectos relevantes do futuro do trabalho revelados pelo Painel Itinerante levando em conta dois públicos distintos: as fintechs, presentes no Cred-Tech Brasil, e o vinculado ao RH, que estiveram no Nova Prosa, um evento sobre o futuro do trabalho realizado na Fundação Vanzolini. 

Local de trabalho

A flexibilidade foi o aspecto mais importante tanto no Cred-Tech Brasil quanto no Nova Prosa com mais da metade das escolhas (50% e 57,14% respectivamente). Jornadas de trabalho definidas pela empresa com horários fixos sem levar em conta características pessoais de cada um vai contra a ideia que as pessoas têm sobre o local de trabalho no futuro. E convenhamos: ninguém melhor que os próprios trabalhadores para saber qual os períodos do dia (ou da noite, ou da madrugada) em que se tem um melhor desempenho laboral.

 

Relação com a empresa

Um dos principais pontos de retenção de profissionais pelas empresas está vinculado a um propósito que faça do trabalho algo que faça a diferença. Trabalhar em empresas que tenham esse propósito foi a preferência de 62,5% do público ligada às fintechs e 39,28% do público mais ligado ao RH. O resultado também reflete a tendência das pessoas buscarem um trabalho que as satisfaça plenamente, sem que precisem trabalhar em uma empresa que lhe dê o ganha o pão e outra que a realize com ser humano.

 

 

Dia a dia na empresa no futuro

Equipes multidisciplinares é a primeira expressão que vem à cabeça das pessoas entrevistadas no Cred-Tech Brasil e no Nova Prosa, dentre as opções oferecidas pelo Painel Itinerante com 42,5% e 47,2% respectivamente. Trabalhar com profissionais de diversas formações é um desejo consolidado pelas pessoas que entendem a experiência enriquecedora que é poder trocar ideias e experiências com trabalhadores de diversas formações, além do ganho no trabalho que representa ter olhares diferentes sob as mesmas questões.

 

 

Reconhecimento e remuneração

Neste outro aspecto abordado na pesquisa do Painel Itinerante, ratifica-se a tendência dos profissionais se posicionarem mais como colaboradores nas empresas que empregados. A participação nos resultados, uma característica marcante no trabalho colaborativo, foi a forma de remuneração e reconhecimento escolhida pelos participantes do Cred-Tech Brasil e do Nova Prosa, estando bem acima dos salários e bônus, que aponta outra tendência relevante: os profissionais querem arcar com suas responsabilidades e serem recompensados pela qualidade do seu trabalho. E se trabalharem mal, arcam com as consequências e ganham menos.

 

 

Competências humanas

A capacidade de lidar de lidar com conflitos e situações adversas é vista como uma habilidade que será valorizada no futuro do trabalho. Novamente, em ambos universos de pesquisa tivemos o mesmo resultado: no das fintechs, 24,3% dos entrevistados escolheram a inteligência emocional e entre o pessoal do RH esse percentual chegou a 46%.

 

 

Objetivos de carreira

A autonomia foi o aspecto mais importante para o público da Cred-Tech (42,5%) e do Nova Prosa (21,42%), indicando a necessidade que os profissionais sentem como preponderante em suas carreiras, refletindo outras escolhas já analisadas nos itens local de trabalho, com a flexibilidade e remuneração e reconhecimento, com participação nos lucros. Assumir responsabilidades sem a vigília constante de um chefe é uma característica desejada para o futuro do trabalho.

 

Vamos conversar?

Como dito anteriormente, a compreensão das aspirações dos profissionais colaborativos é fundamental para que o ambiente de trabalho e a cultura da empresa sejam fatores que sejam atrativos e possam reter esses talentos. O Painel Interativo foi desenvolvido para atender essa demanda e pode estar na sua empresa ou evento e será um prazer colaborar com a evolução da sua organização nesse sentido. Vamos conversar?

 

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