SXSWdux19: economia e tecnologia.

Quando a EmbraerX, subsidiária da Embraer, abriu as portas do seu laboratório interativo, o Prototype Roomno SXSW 2019 para o desenvolvimento colaborativo de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (VTOL), encheu seu stand de todo tipo de “designer”. O interesse da empresa em criar um ambiente colaborativo de co-criação com pensadores e parceiros interdisciplinares,reflete seu posicionamento quanto a a mobilidade urbana: é preciso construir um ecossistema verdadeiramente colaborativo -como foi ressaltado no artigo SXSW 2019: CIDADES CONECTADAS.

 

 

A geração de protótipos a partir das ideias de seus usuários, orientados por especialistas, mostrou que o interesse do público vai além da mera curiosidade. A importância por participar de desenvolvimento do projeto reflete o desejo de ter acesso a esta tecnologia de forma que a experiência da viagem seja a melhor possível. A demanda por esse tipo de solução de mobilidade indica que vale a pena investir em seu desenvolvimento e apostar na transformação do mercado de transporte em todo o mundo.Mas não é só nas alturas que a inovação tecnológica vem abrindo caminho para novas tendências de deslocamento. A Google mostrou seu estudo de UX no desenvolvimento do Wyamo, um carro autônomo e conectado que desenvolve em parceria com a empresa de mesmo nome.

O estudo apresentou a responsabilidade do design de interação na relação da cidade com os comandos do passageiro no sentido de tornar suas viagens numa experiência agradável aos passageiros, oferecendo conforto e segurança.A conexão do UX com cidade, devices, entre outros ambientes urbanos, é um assunto que a DUXcoworkers trabalha há 12 anos no Brasil. Mais uma vez, foi uma enorme satisfação confirmarmos que nossa prática de entregar aos clientes o que vai além das pesquisas, com uso da inteligência na leitura de dados, mostra que estamos em sintonia com o pensamento inovador das grandes empresas do mundo.

Novas realidades e a interação como desafio.

Se o trânsito de carros está prestes a ganhar carros autônomos e estabelecer vias que vão além das ruas, avenidas e estradas, em um Meeting Room de XR e VR, encontramos desenvolvedores e usuários dessas realidades em um dilema que há algum tempo faz parte das mesas de discussão e debates sobre o tema. A interação como parte da experiência imersiva ainda é um desafio que tira o sono de muita gente. O avanço significativo dessas tecnologias e o maior conforto de sua utilização abriu espaço para uma conversa pautada no design de experiências com XR e VR. A DUXcoworkers expressou sua opinião, que se baseia no desejo das pessoas por esses devices desde que a experiência proporcionada não se limite a uma jornada 3D com baixa interatividade. Além disso, ressaltamos que os comandos de interação ainda não são ideais para esse tipo de experiência, afetando a sensação de imersão do usuário no ambiente virtual. Fazer escolhas com o movimento dos olhos, gestos, ou através do touch dos smartphones, utilizados massivamente hoje em dia, não representam, em hipótese alguma, a melhor experiência em VR.

Experiência que a Samsung aposta utilizando a RA como um elemento transformador dos mecanismos de busca em centros urbanos. Imagine sua cidade transformada numa arena interativa onde você pode saber o que está acontecendo em vários bairros, ruas e estabelecimentos a partir da RA? Os novos smartphones da gigante coreana presentes no Samsung Experience Tour surpreenderam pelo potencial de vídeo e imagem que certamente vão agradar o público.

Vale dizer que este tipo de ambiente interativo em RA é um futuro idealizado pela DUXcoworkers que há algum tempo está preparada para desenvolver projetos nesse campo de atuação com IoT, Video Mapping e outras inteligências de interação urbana.

A informação é a interface.

O SXSW 2019 foi palco de inúmeras palestras sobre Inteligência Artificial, abordando diversos aspectos de sua aplicação e da otimização da segurança. M. Pell, em sua palestra Smart Information indicou a tendência ao consumo exploratório da informação, que deixará de ser passivo graças à forma interativa de seu acesso a partir de espaços virtuais que aliam AI com XR. Nesse contexto, a informação oferecida irá incorporar os sentimentos de quem lhe deu origem, abrindo possibilidades de assimilação e compreensão que vão além da leitura, audição ou visão. É como se a informação tivesse vida própria e pudesse expressar sentimentalmente relacionados ao que ela nos comunica, contando ainda com características de geolocalização como AR Cloud, Mirror World, Magic Verse, Mr Cloud entre outros.

Novas realidades.

Griffin Hall do JW Marriott concentrou as maiores inovações do cenário hightech, com interessantes experiências de AR e VR. Dessa experiência cabe destacar a viagem à marte proporcionada pelo time do Positron, com todo o barulho e silêncio do espaço, cadeiras que reproduziam a sensação gravitacional e a visão que estimulava nossa curiosidade a cada imagem das crateras e cores reproduzidas do Planeta Vermelho.

A escultura robótica da Cypher foi outro grande atrativo. Ela se remexia e mudava de forma pelos movimentos e teletransportou o usuário entre os mundos físicos e digitais. Nesse software interativo, ficou por conta da robótica de aparência gelatinosa, brilhante e até um pouco pegajosa a interface entre o real e o virtual.

Mas o ponto alto ficou por conta do projeto Nothing to be Written da BBC. Sem dúvida, foi uma experiência emocionante! Em movimentos ao som de música clássica, o participante era transportado para as casas das famílias londrinas que tiveram seus filhos, maridos e parentes enviados para a Primeira Guerra Mundial. Naquela época, por questões de segurança, o aviso de estar vivo vinha pelos correios, contendo apenas a assinatura e nome do soldado. Pudemos atravessar alguns campos de concentração, hospitais e sentir a emoção das famílias ao receber, em cada casa para as quais éramos transportados por Virtual Reality, a emoção ao receber aquela carta assinada com grande carga emocional e muita tanta vida.

Uma experiência reflexiva quanto às ações humanas e porque existe tanta busca pelo poder.

É realmente incrível o poder da visão e da música em ativar os sentidos, gerando as emoções mais autênticas de fatos não vividos. Ou seriam vividos?

Embora os cenários sejam imaginários, o impacto é real? Mas afinal, o que é real?

Sony surpreendeu no seu stand interativo, trazendo a eterna reflexão sobre “qual a natureza de ser humano”.  Será que a inteligência artificial pode reinventar a criatividade humana? Entre palestras e muita inovação, o futuro se tornava presente entre os robôs que capturavam nossa linguagem e criavam sua própria comunicação, cachorros robôs super inteligentes que reagiam ao olhar e ao toque das mãos, balançando o rabinho e a cabeça quando andavam em nossa direção e experiências coletivas de construção de música.

O universo startup.

Na feira de startups tecnológicas, empreendedores tiveram a oportunidade de expor seus inventos na busca de investidores no Exhibit Hall 4, do Austin Convention Center. Conseguimos contar mais de 30 países representados e gente de todas as partes do mundo. O Brasil também marcou presença no seu estande verde-amarelo Be Brazil.

Outra experiência bastante interessante foi conhecer os robôs pianistas da Kuka, que mostraram ter sensibilidade além da alta potência industrial. A Tritium, já instalada em diversas cidades da América do Norte, veio para fazer diferença com o Veefil e sua proposta de aumentar a autonomia dos carros pelos seus postos de abastecimento elétrico. Em rumo ao desejo de consolidar o uso dos carros elétricos, na esteira da redução dos impactos climáticos, os postos limpos não precisam de tanques de armazenagem, funcionam com bateria, podem ser instalados em qualquer lugar que tenha mais de 2 metros quadrados ( como pátios de shoppings, lojas de conveniência, fast-food ) e são extremamente modernos.

Games em foco.

No universo hightech não podíamos deixar de conferir a feira de Gaming, que começou no dia 16/03 com um super esquema de segurança na entrada do Exihibit Hall 2, do Austin Convention Center. A preocupação era quanto às armas. Seriam elas de brinquedo? Além de jogos altamente tecnológicos e supercomputadores, a interatividade marcou presença em jogos tradicionais que tinham o objetivo de explorar a atenção e inteligência dos participantes.

Já o Xbox convidou para a mesa de jogadores integrantes reais das Forças Armadas americanas para testar a nova versão, ainda não lançada, do ACE Combat.

Privacidade em xeque.

Na palestra Chatbots and AI: Business, legal and ethical concerns, que contou com a presença dos advogados Daniel Goldberg e Hannah Taylor e de Audrey Wu, CEO da Convrg, o pontapé inicial se deu com a notícia do New York Times de que Mark Zuckerberg teria anunciado sua intenção de unificar as plataformas de mensagens do Whatsapp e Instagram ao Messenger do Facebook. Criticou-se a falta de transparência das guide lines de diversos sites e falta de regras coercitivas universais para o compartilhamento de dados entre empresas, sobretudo, de um mesmo grupo econômico. Será que as pessoas, ao dar seu consentimento para o uso de dados, sabem o quê, de fato, isso significa? Para onde vão esses dados? Quem os utiliza? Para qual finalidade são utilizados? A legislação está apta a proteger os direitos intangíveis mundialmente? Reflexões para um futuro não tão distante que já chegou até nós.

Durante a palestra e em outros eventos que abordaram esses temas no SXSW2019, muito se discutiu sobre o uso da tecnologia como fator de mapeamento comportamental e de hábitos, permitindo o direcionamento do consumo; para a coleta de informações que permitem avaliar a saúde da população, e transferir, entre unidades hospitalares, o histórico do paciente; para medir e, eventualmente, revelar práticas confidenciais de mercado, a exemplo, dos controles de eficiência ou ineficiência produtiva em nos campos em alguns tipos de cultura agrícola, a exemplo das produções de soja, milho e trigo.

A oportunidade que vem do campo.

O desenvolvimento do agronegócio em mercados fora dos EUA e Europa apresenta um nível de evolução significativo, que não deve nada às grandes potências e, não raramente, está à sua frente.

O debate sobre a ciência de evolução de biotecnologia, no Copernicus Project  abordou o caso do arroz super vitamínico da Índia, que trouxe a milhares de crianças uma alimentação condizente às suas necessidades.

O fortalecimento de genes e do controle de pragas no cultivo orgânico da Flórida, também foi tema do meeting, encerrado com uma provocação: qual o papel dos agricultores no uso da tecnologia, genética e controle de diversidade biológica?

E a resposta foi: silêncio.

O incentivo à biodiversidade dos alimentos pode ultrapassar as barreiras da transgenia?

A polêmica que sempre cerca o assunto está refletida na sua regulamentação que varia de país para país. Está claro que mundo inteiro vive este mesmo momento do agronegócio. A tecnologia é uma necessidade, mas quais seus limites? Como aplicá-la no campo a partir da biodiversidade, manipulação genética e controle de pragas? O Brasil não pode ser furtar a essa discussão, procurando soluções que fortaleçam o agronegócio, aproveitando esse momento para estabelecer parâmetros de qualidade de produção em todo mundo a partir de resultados “oficiais”. Trata-se de uma oportunidade que devemos aproveitar.

DUXcoworkers irá organizar encontros para a discussão do tema pois acreditamos que é trocando ideias e promovendo experiências que iremos no preparar para responder a qualquer dessas perguntas.

*Um segundo artigo sobre o tema Economia e Tecnologia está sendo desenvolvido com nossas impressões sobre Health Care e Blockchain. Aguarde!

A DUXcoworkers quer trazer você para o centro das discussões dos temas que mais nos chamaram a atenção no SXSW 2019. Se você se interessa por Economia e Tecnologia, Cidades Conectadas e Trabalho e Pessoas, mande um e-mail pra gente e participe: [email protected].

 

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