No geral, podemos dizer que as empresas buscam o lucro e seus funcionários querem receber bons salários pelo seu trabalho.
Parece óbvio, não? Mas o “óbvio”, dono das certezas absolutas e convicções inabaláveis, é uma perigosa companhia para quem não se contenta com o olhar geral e o conforto oferecido pelo senso comum.
Desde que a Revolução Digital alcançou o mundo como um todo, as relações trabalhistas vêm tendo significantes alterações. Leis foram mudadas, mercados foram extintos, profissões pulverizadas e produtos e serviços perderam o sentido de serem consumidos. O mundo mudou num ritmo frenético desde que o primeiro e-mail foi enviado e é óbvio que seus habitantes acompanharam essas mudanças. Mas os desejos sempre estiverem ali e só não encontravam meios de serem satisfeitos.
Se o dinheiro segue sendo a mais conhecida forma de cotação de valor, é um erro pensar que se trata da única moeda de troca numa relação laboral. Hoje, num mundo transformado pelos bits, pela diversidade social, pelo tempo (cada vez urgente e menos contemplativo) e pela percepção de sucesso que cada um de nós possui, é preciso que a relação Empresário X Empregado seja observada com atenção. E que acompanhe essas transformações.
A cultura de trabalho das empresas tem reflexos no cotidiano das pessoas e consequentemente nas cidades. Não podemos achar que o que ocorre num ambiente de trabalho fica confinado a este espaço porque não somos máquinas ou aplicativos desprovidos de sentimentos, que após serem desligados ao fim das tarefas, estão zerados para começar tudo de novo como se passado pudesse ser deletado ou descarregado num dispositivo independente.
Projetos começam do zero. Pessoas não.
Colaborador + Colaborador.
Com as mudanças sociais e de comportamento que vivemos nas últimas décadas, alguns termos ganharam uma carga pejorativa que remontam aspectos culturais e antropológicos que passaram a ser evitados. Empregado, por exemplo. De repente, este substantivo passou a trazer em cada sílaba o peso laboral de quem cumpre ordens e exerce atividades que é obrigado, sem qualquer prazer, pura e simplesmente para ganhar pão de cada dia. E não cai bem para uma empresa moderna ter empregados.
Melhor falar em colaboradores.
Mas ter colaboradores como funcionários exige esforços que vão muito além das mudanças linguísticas.
A começar da cultura da empresa. Esta deve valorizar profissionais que tenham o perfil da colaboração, sempre dispostos a ajudar, ensinar e estando abertos a aprender e reconhecer erros sem que isso traga desconforto. A cultura colaborativa demanda um ambiente favorável à troca, ao respeito e à empatia. Em muitos momentos no desenvolvimento de um projeto, é mais importante que o profissional entenda o próximo, suas angústias e necessidades, tanto no que tange ao público alvo do projeto que desenvolve, quanto ao seu próprio colega de trabalho. Um profissional não é necessariamente incompetente por uma falha. Ele pode estar confuso com sua tarefa ou vivendo um momento complicado em sua vida pessoal. Trabalhar num ambiente colaborativo é ter a consciência de todos somos, antes de profissionais e especialistas, pessoas de carne e osso.
A colaboração no trabalho tende a não ficar restrita à empresa e se espalhar pela cidade, despertando a empatia nas pessoas, dando-lhes uma força transformadora contagiante.
Mas essa colaboração não deve estar restrita aos funcionários. Na verdade, o ideal é que ela comece na empresa que deve ter uma postura colaborativa. Oferecer um ambiente de trabalho saudável e com toda a infra-estrutura necessária para a execução das tarefas, entender que seus profissionais têm vidas além do trabalho e não os julgar por qualquer falha ou comportamento estranho. Mostrar que aquela relação vai além da troca do escritório e que há algo a mais a ser alcançado além de metas e objetivos é muito importante. Oferecer algo que dê mais sentido àquelas horas que o profissional ficou debruçado sobre o projeto, algo que lhe dê a certeza de que ele faz parte de um ecossistema que pode fazer diferença na vida das pessoas, não só dos usuários, mas também daquelas com quem convive diariamente, dividindo sonhos, projetos e tarefas.
Mais que dividir uma tarefa, podemos oferecer uma carona, rachar a conta no restaurante, usar o mesmo notebook ou a mesma mesa.
Quando a colaboração entra na equação de trabalho, dividir tem um efeito multiplicador contagiante.
Home Sweet Office.
Trabalhar em casa ainda soa como um luxo para muitas pessoas e algo inconcebível para a muitas empresas. Mas o Home Office não é um privilégio concedido a alguns afortunados, tampouco uma prática empresarial arriscada. O trabalho remoto é uma medida inteligente para otimizar o tempo, dar eficiência ao desenrolar das tarefas, conferindo ao colaborador a responsabilidade da gestão do seu tempo.
Não são todas as atividades que permitem a adoção do Home Office e mesmo nas que o permitem, sempre é saudável que os colaboradores estejam na empresa quando puderem. Nada é mais empático e transformador que ter o contato real com seus colegas e equipe. Mas essa escolha, casa ou escritório, deve ser do colaborador. É ele quem saberá onde seu rendimento será melhor e seu tempo melhor aproveitado.
Olhe para o trânsito das grandes cidades e pense como elas seriam se as pessoas cuja atividade permita a prática do home office estivessem trabalhando em casa.
A possibilidade do Home Office é, entre outras coisas, uma demonstração de confiança na qual empresa deixa o colaborador livre para executar sua função onde bem entender, ao passo que ele assume esta responsabilidade. Esse tipo de relação tem tudo pra dar certo quando o ambiente de trabalho é colaborativo e cada profissional entende sua importância e a dos demais colegas no desenvolvimento do trabalho.
A relação de confiança que se estabelece entre todos e a possibilidade do colaborador ser o gerenciador de suas tarefas, flexibilizando o tempo conforme melhor lhe servir, tanto em termos produtivos, quanto em termos pessoais, pode ser muito mais valioso que um bônus financeiro no final de um ano passado atrás de uma mesa no escritório.
Temos vagas.
O trabalho remoto abre inúmeras possibilidades as duas pontas do trabalho colaborativo. A empresa, sem precisar comprar uma cadeira, abre espaço para quantos profissionais precisar. É como se suas instalações tivessem dimensões elásticas, adaptáveis às suas necessidades. Do outro lado, a única distância que impede o profissional de trabalhar numa determinada empresa, em um determinado projeto, é o seu interesse. Seus sonhos e aspirações.
A contratação de profissionais autônomos é uma opção inteligente e enriquecedora. Com a completa eliminação dos problemas de espaço na empresa e do deslocamento de seus colaboradores, desde as idas e vindas ao local de trabalho até a necessidade de mudança de endereço para poder trabalhar numa empresa que não está em sua cidade (ou país), abre infinitas possibilidades para formação de equipes.
A forma de contratação autônoma reduz o desemprego e aquece a economia local, provocando nas cidades uma cadeia de impactos positivos que atinge boa parte de seus habitantes.
Esta facilidade permite a formação de equipes especialmente desenhadas para a execução de determinado projeto. Ao fim do trabalho, a equipe se desfaz e cada um de seus profissionais pode ser contratado para se juntar a outra equipe, em um outro desenvolvimento. Ou servir outra empresa, em outra cidade. Ou tira férias e viajar com a família.
Além disso, como os autônomos são “patrões de si mesmos” é natural que tenham uma visão empreendedora aguçada, que naturalmente é absorvida por outros membros da equipe. Entender o lado do empreendedor, suas dificuldades e obstáculos, aumenta ainda mais a empatia necessária para que o desenvolvimento de projetos soluções seja mais eficiente.
A dinâmica de contratação autônoma abre a empresa para o intercâmbio de informações e experiências entre seus colaboradores, promovendo um networking que vai muito além da troca de cartões.
Quanto mais gente melhor.
A possibilidade de montar equipes multidisciplinares com profissionais de diversas expertises, sem que a distância física seja empecilho para o pleno desenvolvimento do trabalho colaborativo, traz uma riqueza imensurável a qualquer projeto e as pessoas que dele participam.
Essa dinâmica movimentada pela diversidade de experiências, expertises e visões de mundo, estrutura a formação da chamada inteligência coletiva. O potencial desta inteligência quando focada num objetivo comum, liderada por um profissional competente e sob uma gestão humana e colaborativa, não tem limites. As várias faces de um problema são equacionadas com mais eficiência e cada um de seus desdobramentos é mais profundamente compreendido.
As cidades são ambientes multidisciplinares por natureza e as equipes desenhadas pelos gestores de projetos devem estar sintonizadas com essa diversidade.
E quanto mais gente diferente, melhor. A diversidade de uma equipe não deve estar limitada às funções e expertises. Muitas vezes, a visão de alguém que a princípio não estaria credenciado a participar de um determinado projeto é aquela que abrirá um caminho jamais imaginado por um especialista. Este ponto de vista diferenciado pode ter origem na formação profissional, na cidade em que se vive, na raça, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica pessoal.
O ser humano é um universo em constante transformação e consolidação que não pode ser totalmente dividido entre a pessoa e o profissional. Ambos os lados são parte de um mesmo organismo e qualquer esforço em separa-los completamente será infrutífero. As empresas devem estar cientes disso. O respeito e a compreensão de que a vida pessoal é tão importante, ou mais, que o trabalho, consolida uma relação saudável entre empresas e colaboradores. Há de se ter sempre em mente que somos humanos com qualidades e virtudes, mas também cheios de defeitos. E, principalmente, sentimentos.
Na prática, a teoria é a mesma.
Ou ao menos, deveria ser.
A DUXcoworkers, como ativa participante do desenvolvimento das boas práticas de UX, acredita que podemos confiar nas pessoas, respeitando-as além do ambiente de trabalho. Promover a troca de ideias, e catalisar a experiência do convívio com realidades, expertises e experiências diferentes, enriquece nosso meio e nos aproxima, cada vez mais, do estabelecimento de um ecossistema de trabalho realmente inovador, criativo e humano. Promover a evolução profissional e pessoal de nossos colaboradores é um dos pilares que nos sustenta como provedora de soluções com foco no usuário – nas pessoas. Sem esse equilíbrio, essas soluções são inatingíveis pois são geradas de dentro para fora, sendo elas um espelho do que somos como empresa e acreditamos como seres humanos.
Há a cobrança pelo cumprimento de prazos, pela entrega com qualidade, por atingir objetivos e encontrar soluções viáveis e inovadoras. Mas acreditamos ser fundamental para a obtenção dos melhores resultados a conjugação dos fatores até aqui descritos – e que são formadores de nossa cultura de trabalho. E a satisfação de nossos clientes é a prova de que estamos certos. A preocupação com o ser humano, do cliente, passando por nossos colaboradores e chegando ao usuário final, não é um devaneio hippie. É uma escolha estratégica. Afinal, é disso que se trata o UX no fim das contas: entender a jornada do usuário como a jornada de nossas próprias vidas, profissional e pessoal, onde cada pain point é uma frustração, um problema mal resolvido, um desconforto (ou uma limitação imposta pela zona de conforto) que atravessamos como seres humanos. Superar esses e outros desafios promovendo experiências renovadoras e plenamente satisfatórias é fazer nossa existência ser mais feliz, mais significativa, mais completa.
As boas práticas de UX começam no bem-estar das pessoas e no desenvolvimento dos profissionais que consolidam as cidades como ambientes de convivência saudáveis.
Para isso, a percepção de que há uma vida inteirinha a ser vivida lá fora é fundamental. E é preciso colocar essa vida para dentro de nossa rotina. Existe um mundo rico e pulsante, cheio de experiências a serem vividas e compartilhadas, que vão além das planilhas, aplicativos e relatórios de pesquisa. É preciso sentir, cheirar, provar, olhar de perto, participar. É lá fora, em contato com o mundo e com as pessoas, que poderemos compreender com profundidade o que nós, como seres humanos, desejamos. É lá fora que aprenderemos profundamente o real significado da empatia para além do que ouvimos em palestras ou lemos nos livros. O entendimento da sinergia pessoa-profissional pode nos tornar catalisadores de mudanças significativas no mundo, tornando-o melhor de fato e não só no discurso e nas boas intenções.
Ou num devaneio hippie.
O primeiro desafio é acreditar que esse ecossistema de trabalho é possível.
Mas há nove anos, se disséssemos que uma empresa com essa cultura de trabalho seria um dos mais importantes nomes no desenvolvimento do UX no Brasil, o que a maioria da corporações pensaria? Se falássemos que essa mesma empresa atenderia com o mesmo comprometimento grandes marcas do mercado e inovadoras startups? Que seria capaz de desenvolver projetos estratégicos com colaboradores altamente capacitados e colaborativos de todo o mundo, trabalhando com respeito, dedicação e em perfeita sinergia. Acreditariam ser possível?
Óbvio que não seria.
Mas a DUXcoworkers está aqui, desde 2011, para desafiar qualquer obviedade.