A Era Digital deixou a vida mais corrida. Tudo parece ser “pra ontem”. Aliás, se é para ontem já há o risco de não servir. Melhor dizer que tudo é para agora, mas esse agora já não cabe nas agenda cheias de compromissos e reuniões e jobs to be done.
Jobs to be done. Há algum tempo, não muito, a metodologia “criada” por Clayton Christensen vem sendo festejada como o futuro “a ser feito”. Pode ser, por que não? Mas o que ela não fez e portanto não fará, é promover uma inovação na metodologia de trabalho.
E o motivo é bem simples: “jobs to be done” é uma tradução de Design de Experiência para o universo do Marketing.
Do User para o Customer
A tradução se fez necessária para que os profissionais do marketing assimilassem um processo de desenvolvimento já existente no UX (User eXperience). A partir de uma bibliografia consolidada, Christensen revisou a linguagem empregada na definição de vários processos, aproximando-o da terminologia utilizadas pelo pessoal do marketing e batizou sua tradução de Jobs to be done.
E não há nada de errado nisso. Nada. O que há são as diferenças. Porque user não é customer. E vice-versa.
O usuário (user) é uma pessoa que tem uma necessidade, mas não uma ideia definida do que é preciso para satisfazê-la. O designer de experiência trabalha com essa pessoa que participa da evolução do produto e serviço desde sua concepção.
Já o cliente (customer) sabe o que precisa para sanar a sua necessidade. Ele já tem o que vai consumir para se satisfazer. Essa pessoa entra no processo jobs to be done para validar o produto ou serviço que vai adquirir, não vai desenvolvê-lo.
Esta relação com as pessoas no desenvolvimento do projeto se faz através das pesquisas. É por elas que podemos conversamos com as pessoas, que as conhecemos e que temos acesso a insights por elas fornecidos.
Porque pesquisa, não tem uma. Têm várias. Certo?
Ou errado?
Não tem certo ou errado. Tem contexto. Depende do tipo de empresa, estratégia, valores e cultura, adota-se uma ou outra metodologia.
Quando falamos de jobs to be done e design de experiência como metodologia de desenvolvimento de projetos, o erro é julgar que uma é sempre melhor que a outra ou, pior, que a outra é evolução do uma.
Sem correria, sem pressa, sem ultrapassados. Só o contexto em que essas traduções são feitas.