O Use Experience (UX) já uma realidade no mercado brasileiro, com diversas empresas não só incorporando estas práticas aos seus negócios, mas também criando e gerindo equipes ou departamentos especializados. Mesmo assim, ainda é uma área de estudos e atuação relativamente nova, com seus cânones conceituais, acadêmicos e práticos ainda em formação. Isso gera algumas dúvidas tanto entre as empresas quanto entre seus profissionais. E é aí que eventos como a UXConfBR exercem um papel fundamental, pois trazem algumas destas respostas e apontam caminhos.
Em sua quarta edição, a UXConfBR se firma como o maior evento de Design de Experiência do Brasil, reunindo empresas, estudiosos, profissionais e clientes para discutir cases (que deram certo e que deram errado), tendências, técnicas, softwares e tecnologias. Tudo isso em um ambiente saudável e que fomenta a troca de ideia e o networking, fortalecendo a comunidade de UX do país.
Além de participar do evento patrocinando a Experiência UXCoffee, o time da DUXCoworkers esteve no evento e compartilha com vocês sua visão do que aconteceu por lá.
O evento
A UXConfBr aconteceu este ano na UniRitter, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O primeiro dia do evento foi dedicado aos workshops com alguns dos palestrantes convidados. No segundo tinha tivemos mais de 25 palestras e formato TED Talk com 10 a 20 minutos de duração e, no último dia foram 10 palestras com maior duração e espaço para perguntas, além de uma mesa redonda.
Todos os dias foram realizados sorteios de kits, livros, cursos e até mesmo softwares, todos doados pelas empresas que patrocinavam ou estavam participando do evento. No espaço de convivência, além do UXCoffee, havia também frutas à vontade, estande com banco de vagas, realidade virtual e camisetas e muita conversa e alegria.
O mercado
Um evento deste porte não pode deixar de lado reflexões e discussões sobre o mercado de UX no Brasil e no mundo e boa parte das palestras focou neste aspecto. Assuntos como o uso de UX para ensinar programação, como introduzir a cultura do design de experiência em empresas tradicionais, formação de novos designers desde a escola e o panorama do profissional da área no Brasil foram alguns dos temas abordados.
Um dos destaques foi o painel “Conhecimento em UX através de Internet e outros meios”, com Andrei Gurgel (UX Lab), Rodrigo Lemes (DesignTean) e Luis Felipe Fernandes (Handmade UX). Estes três tem canais onde buscam trazer conhecimentos teóricos e práticos para a área e foi muito interessante para quem quer começar seu acervo sobre UX e não sabe por onde começar.
As práticas de trabalho
Além das atividades práticas dos workshops, muitos palestrantes trouxeram cases onde compartilhavam suas experiências, sucessos e frustações no dia a dia do trabalho com UX. Prototipagem em realidade virtual, a transformação de dados em features, criação de personas, entrevistas de profundidade, workshops de co-criação… Foram muitas relatos nas mais diversas empresas com os mais diversos propósitos, gerando muitos, mas muitos insigths para todos o que estavam ali.
O lado social
Agora, o que chamou a atenção e com certeza vai ser o assunto de muitos debates acalorados nesta semana pós UXConfBr foi a quantidade de palestras abordando UX e temas sociais. Representatividade, diversidade, adoção, empoderamento, política e como o designer pode usar seu conhecimento e prática para entrar de cabeça nisso tudo e tornar o mundo ao seu redor um lugar melhor.
Ninguém negou a necessidade de projetos e/ou trabalhos que gerem rendimentos para que possamos viver adequadamente, mas foi marcante a fala de Thiago Hassu ao final de sua palestra sobre sua experiência (fracassada) de criar aplicativos para índios: “Eu acredito no design”.
Ao final destes três dias, fica a percepção de que ainda há um longo caminho a ser percorrido e isso é maravilhoso.